Publicado em 15/07/2016

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França estende estado de emergência após ataque com 84 mortos

Um caminhão atingiu a multidão que participava das celebrações do Dia da Bastilha na cidade francesa de Nice



Um caminhão atingiu a multidão que participava das celebrações do Dia da Bastilha na cidade francesa de Nice, sul do país, na quinta-feira à noite, deixando pelo menos 84 mortos. Pelo menos 18 pessoas estão em estado crítico no hospital, segundo o ministro do Interior.

O presidente francês, François Hollande, referiu-se à violência como um ato de terror. Ele disse que o país permanece "sob a ameaça de terrorismo islâmico" e prorrogou por mais três meses o estado de exceção, que vigora no país desde os ataques em Paris em novembro.

"A França foi atacada no dia de seu feriado nacional, o 14 de julho, símbolo da liberdade. Os fanáticos rejeitam os direitos humanos e por isso a França é inevitavelmente um alvo. Nada nos fará ceder na nossa vontade de lutar contra o terrorismo", afirmou.

"Vamos reforçar nossas ações na Síria e no Iraque. Vamos continuar a atacar aqueles que nos atacam."

O motorista do caminhão foi morto durante o ataque. Segundo a imprensa francesa, ele tinha 31 anos, era franco-tunisiano e era conhecido da polícia. No veículo, teriam sido encontradas armas e granadas. Investigadores querem saber agora se ele agiu sozinho.

Ataque


O ataque ocorreu durante uma queima de fogos em uma avenida costeira da cidade chamada Promenade des Anglais. O motorista teria dirigido o caminhão por dois quilômetros avançando na multidão, contou o promotor de Nice Jean-Michel Pretre à agência de notícias AFP.

Uma imagem no Twitter mostra cerca de dezenas de pessoas deitadas na rua, algumas já recebendo atendimentos. A prefeitura local pediu aos moradores da região que ficassem em casa.

Um repórter do jornal Nice Matin estava na região e relatou que havia "muito sangue e, sem dúvidas, muitos feridos".

Um repórter da agência France Presse disse que o incidente ocorreu no fim da queima de fogos: "Nós vimos as pessoas sendo atingidas e pedaços de detritos voando ao redor".

Uma testemunha falou à TV francesa BFM: "Todo mundo estava gritando 'corram, corram, corram, é um ataque, corram'. Nós ouvimos alguns tiros. Achamos que eram os fogos, porque é o 14 de julho."

"O pânico se espalhou. Começamos a correr porque não queríamos ficar ali e entramos em um hotel para ficar em segurança", afirmou.

O repórter da BBC Roy Calley, que também estava na região na hora do incidente, disse que "milhares de pessoas estavam lá quando tudo aconteceu".

Outra testemunha, Colin Srivastava, disse à BBC que viu "centenas de pessoas correndo em pânico" no momento do ataque.

"Tentamos perguntar a alguns deles o que estava acontecendo e finalmente um disse: temos que sair daqui, a polícia nos disse para correr."

Solidariedade



Pelo Twitter, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy manifestou sua solidariedade às vítimas. "Emoção profunda e tristeza infinita diante do ataque a Nice. 
Solidariedade aos habitantes de Nice e dos Alpes-Maritimos."

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o ataque e se solidarizou com a França em comunicado divulgado na noite desta quinta.

"Em nome do povo americano, eu condeno nos mais fortes termos o que parece ser um ataque terrorista horrendo em Nice, na França, que matou e feriu dezenas de civis inocentes", disse.

"Nesse Dia da Bastilha, nos lembramos da resiliência extraordinária e valores democráticos que fazem da França uma inspiração para o mundo inteiro."

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, ofereceu todo apoio ao povo de Nice em nome "de todos os parisienses". "Nossas cidades estão unidas".

Comoção

Nas redes sociais, as pessoas já começaram a manifestar comoção pelo incidente. No Twitter, a hashtag "Pray For Nice" (Rezem por Nice) já domina os Trending Topics e é uma das mais compartilhadas no momento.

As pessoas também estão utilizando a hashtag "Portas Abertas Em Nice" (#portesouvertesNice) para indicar locais para onde as pessoas podem ir para ficar em segurança, assim como aconteceu no ataque a Paris em novembro do ano passado.

Outros vídeos e imagens fortes das vítimas na Promenade têm sido publicados nas redes sociais, e a Secretária de Estado Juliette Meadel já fez um apelo para que as pessoas parassem de compartilhá-los em respeito aos mortos e a seus familiares.


http://www.bbc.com/