Publicado em 16/08/2016
Chefs cozinham para moradores de rua com sobras de bufê olímpico
Restaurante foi criado por renomado chef italiano com projeto brasileiro. Chefs convidados preparam pratos com ingredientes excedentes.
Cozinheiro prepara alimentos no Refettorio Gastromotiva
Cardápio do dia: salada
de beterraba com manteiga queimada ao vinagre, limão e parmesão, carne defumada
em seu suco com nhoque e compota de frutas com sorvete.
Parece comida de
restaurante sofisticado - e é de fato feita por chefs renomados. Os clientes
são moradores de rua e outras pessoas em situação de vulnerabilidade social da
região da Lapa, no Rio.
Os pratos são feitos
com ingredientes excedentes do bufê que cuida da comida do parque olímpico. São
frutas, verduras e outros alimentos que estão próximos da data do vencimento ou
não têm apresentação impecável, mas são adequados para o consumo.
O restaurante onde são
servidos os pratos se chama Refettorio Gastromotiva e funciona em um espaço
decorado por arquitetos na rua da Lapa. É um projeto do renomado chef italiano
Massimo Bottura.
"Acreditamos que
grandes eventos têm que deixar um legado humano. Queremos promover uma
transformação que mude a vida das pessoas", diz o chef David Hertz, da ONG
Gastromotiva, que também faz parte do projeto.
Funcionários e voluntários comem no restaurante, que foi decorado por arquitetos
Cada dia um chef é
convidado para comandar a cozinha. Nesta segunda-feira (15) é o mexicano Tomás
Bermudez, que tem dois restaurantes em seu país. "É incrível cozinhar para
pessoas que não podem comer em um restaurante. É muito bom proporcionar essa
experiência para elas", diz.
O local tem capacidade para servir 108 refeições por dia, mas por enquanto estão sendo feitas em torno de 70. O projeto continuará após os Jogos Olímpicos, em um esquema em que os clientes pagam durante o almoço para financiar o jantar gratuito da noite.