Publicado em 30/08/2016

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Manifestantes contra o impeachment bloqueiam Marginais e rodovias em SP

Grupos de movimentos sociais a favor da presidente afastada Dilma Rousseff atearam fogo em pneus e fecharam as marginais do Tietê e do Pinheiros; suspeito de levar pneus para serem incendiados foi levado para a 13ªDP


Integrantes do MTST protestam na Marginal do Tietê


Manifestantes contra o impeachment e o governo interino de Michel Temer atearam fogo em pneus e fecharam todas as pistas da Marginal do Tietê, na altura da Ponte da Casa Verde, sentido Ayrton Senna, e da Marginal do Pinheiros, pouco antes da Ponte Transamérica, sentido centro, na manhã desta terça-feira, 30. O trânsito já estava muito congestionado nesses locais às 6h45.

Ao menos um envolvido nos protestos foi encaminhado ao 13º Departamento de Policial, na Avenida da Casa Verde, por dirigir um veículo carregado com pneus que seriam utilizados para bloquear vias. A ocorrência ocorreu às 7h15, na Praça Campo de Bagatelle, no bairro Santana, na zona norte de São Paulo. 

Os manifestantes escreverem "Fora Temer" e "Não vai ter golpe" no asfalto, criaram barricadas e impedem o tráfego de veículos. Entre os movimentos que promovem os atos estão o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que publicou imagens dos atos em perfis da organização em redes sociais.

A Tropa de Choque, o Corpo de Bombeiros e funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estão na Marginal do Tietê, mas um grupo de cerca de 30 pessoas ainda continuava na pista às 7h. O fogo no local já foi extinto. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, caminhões também foram acionados para atender incêndios na Avenida das Nações Unidas e na Avenida Vital Brasil. Também há atos nas rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt, além das avenidas Eusébio Matoso, Nove de Julho e Francisco Morato.


Ato contra o impeachment de Dilma na rodovia Régis Bittencourt promovido pelo MTST

Impeachment no Senado. Nesta segunda-feira, 29, a presidente afastada Dilma Rousseff foi pessoalmente ao Senado se defender e responder a questionamentos de senadores. Ela tinha 30 minutos para fazer o discurso, mas acabou falando por quase 50. A fala foi marcada por colocações políticas, críticas a opositores , a reafirmação de não ter cometido crimes e o "risco de uma ruptura democrática" se sofrer o impeachment.

Ao citar conquistas sociais de suas gestões e de Lula, criticou duramente o governo interino de Michel Temer por defender privatizações e reformulações de programas. "O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos. (...) O que está em jogo é a auto-estima dos brasileiros", disse antes de pausar o discurso emocionada por alguns instantes.

Na etapa de questionamentos de senadores a Dilma, não houve tumultos nem discussões. O clima da sessão foi inclusive elogiada por Lewandowski.

Nesta terça, 30, cada senador terá 10 minutos para se manifestar na tribuna. Em seguida, o presidente do STF fará um relatório resumido dos argumentos da acusação e da defesa. Começará, então, o encaminhamento para a votação. Nesta fase, dois senadores favoráveis ao impeachment e dois contrários terão 5 minutos cada um para se manifestar.

Na votação não haverá orientação dos líderes das bancadas. Ela será aberta, nominal e realizada por meio de painel eletrônico. Para o afastamento definitivo da presidente, é necessário o voto de 54 senadores.


Manifestantes criaram barricadas ao incendiar pneus  na Marginal do Tietê, no sentido Ayrton Senna

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Priscila Mengue e Luciana Amaral